MSX


Eu poderia dizer que o MSX teve 3 fases/momentos em minha vida:


Primeira "Fase"

meu msx em 1991Essa primeira "fase" começa em 1990/91, quando resolvi comprar meu primeiro computador. Eu trabalhava como técnico em eletrônica e queria iniciar no mundo da informática (na verdade mesclar os dois mundos: eletrônica e informática). Optei pelo MSX, pois na época as revistas de eletrônica ,como a saudosa "Saber Eletrônica", publicavam sempre algum projeto que utilizava um computador no controle e este, em sua maioria, era um MSX. Além disso, naquela época, se você entrasse em uma banca de jornais ou mesmo livrarias (como a Litec na região da Santa Ifigênia) e procurasse por revistas/livros sobre o assunto (microcomputadores & afins) certamente veria o padrão MSX em destaque. Após mais algumas pesquisas concluí que o MSX, mesmo em 1990/91, ainda seria uma boa opção e como eu considerava a compra de um usado, o investimento não seria muito alto.

Acabei encontrando o meu primeiro MSX no antigo jornal de classificados "Primeira Mão" (sim meus amigos, naquela época não havia Internet e para comprar algo usado recorríamos aos classificados dos jornais e o "Primeira Mão" era o mais famoso), um Expert 1.1 da Gradiente (o cinza!!!) usado, mas em ótimo estado, na caixa, com manual, "datacorder" (para leitura/gravação dos programas em fitas "K7") e também um par de joysticks. Lembro de ter vindo com o mesmo para casa numa baita alegria. Quando o final de semana chegou, peguei a TV da minha mãe emprestada (uma Philco Safari amarela) e liguei-o pela primeira vez. Com algumas revistas na mão comecei a digitar meus primeiros programas em BASIC. Foram horas de prazer digitando/alterando/rodando e no final gravando os mesmos em fita cassete. Isso pode parecer estranho para alguns (principalmente para os mais jovens), mas naquela época era nessa "mídia" que os programas eram salvos, caso você não tivesse em mãos um "drive" de disquetes.

Depois disso resolvi comprar um monitor. Era complicado usar o micro na TV "emprestada", pois os horários sempre conflitavam (a noite nem pensar!). Achei um monitor vídeo composto "fósforo verde" em uma assistência técnica no centro de São Paulo, mais precisamente na Rua 7 de Abril, e isso me ajudou a deslanchar. Agora não ficava mais preso a certos horários e/ou dias para usar meu MSX. Eu podia usá-lo quando quisesse (e era praticamente sempre!!!).

As próximas compras foram de um "drive" de disquetes de 5 1/4 360k com interface da DDX, uma Megaram Disk 768k, um cartucho MEGA ASSEMBLER e uma gravadora de EPROM GMX-2 da Blump Robótica. Com a presença de um "drive" os horizontes se ampliaram ainda mais. Comecei a aprender novas linguagens de programação: DbaseII (o que me ajudou mais a frente com Clipper), Pascal e "C". Utilizei esse MSX até meados de 1993, quando consegui comprar meu primeiro PC (um PC XT de "4MHz" e 640kB de RAM!!!). Fiz isso porque na época os kits para transformar o MSX1 em MSX2 eram caros demais, e também porque o mercado apontava os PC's padrão IBM como um "novo caminho" para quem queria trabalhar com informática (no meu caso eletrônica/informática). Meu "grande companheiro" voltou para sua caixa e ficou lá até a segunda fase!

Mais acima uma foto dessa época (o início de tudo)! Eu (o cara feio da foto) e meu MSX em minha pequena bancada de eletrônica, me preparando para mais uma noite digitando muitos programas!



Segunda "Fase"

Eu poderia dizer que essa segunda fase tem duas partes. A primeira começa em 1997 quando resolvi ligar meu MSX novamente para matar as saudades e poder jogar um pouco de "Goonies", "King Valleys", "Penguim Adventure" e "Knithmare". Nessa época eu não tinha mais parte dos "acessórios" como o drive de 5 1/4 e o monitor. Esses foram usados no meu primeiro PC e depois vendidos com ele para a compra de um melhor (um AT 286 e posteriormente um AT 386). Achei um monitor de "fósforo branco" vídeo composto na assistência técnica para microcomputadores de um velho amigo e passei a usar um drive de 3 1/2 760k junto da interface DDX que, essa sim, foi guardada! Legal, o micrinho ainda ficou comigo mais um tempo me dando muitas alegrias. Depois de um tempo o monitor "abriu o bico" e o MSX que já apresentava alguns problemas (travava muito, as vezes nem ligava, etc) voltou novamente para a caixa. Ao lado é possível ver uma foto do mesmo nessa época, com o braço robótico que montei lá atrás durante a primeira fase (clique aqui para ver o projeto que foi publicado na revista Saber Eletrônica edição 215 de 12/1990).


A segunda parte dessa fase tem início em 2003, um ano após meu inicio como colaborador das revistas da Editora Saber. Nessa época, andando pela biblioteca da editora (na verdade um pequeno depósito com revistas e alguns livros antigos (para mim um paraíso!), encontrei um MSX Expert Gradiente versão "Plus" inteirinho (aquele preto, mas sem o drive). Conversando com o editor, ele me contou a história da máquina e disse que ela estava ali havia algum tempo e que, se eu quisesse, o micrinho poderia ser meu (coisa bastante comum naquela época, quando "velhos microcomputadores" de 8 bits  eram doados ou iam parar direto no lixo!). Resgatei o micrinho e vim para a casa com o mesmo. A torcida era grande para vê-lo funcionando. Eu não tinha mais o antigo monitor "fósforo branco" vídeo composto. Conversando com aquele mesmo amigo que havia me arrumado o monitor anterior de fósforo branco, ele disse que tinha alguns CGA's com ele. Mas o primeiro problema era que o MSX não tinha uma saída CGA. Mas a Internet já estava por ai a toda e muitas informações estavam disponíveis. Achei um circuito que demonstrava como adaptar a saída RGB do MSX para um monitor CGA. Montei o mesmo e funcionou!!! Esse circuito está presente nessa página (clique aqui ver esse projeto). Agora restava resgatar a interface de drive com o antigo drive 3 1/2 e o MSX estaria de volta a minha vida! E foi o que aconteceu! Lá estava eu de volta ao mundo do MSX!!! Ao lado uma imagem do mesmo. Reparem no monitor Samsung 12 polegadas CGA "fósforo âmbar".

cp200 com monitor

Em 2008 as coisas não andavam muito boas financeiramente e acabei me desfazendo da minha pequena coleção que contava com 2 Experts, mais alguns cartuchos, monitores, drivers, controladoras de drivers, minha gravadora GMX-2 Blump Robótica, um CP200 (foto) e mais alguns itens. Dia triste!






Terceira "Fase"
Olha o jãojão ai... 30 e tantos anos depois!!!
                  rsrsrsEssa é a fase mais recente, pois começou em 2019. Já havia algum tempo que eu queria voltar a ter um MSX, e dessa vez seria especial já que eu poderia compartilhar o mesmo com meus dois filhos (e está acontecendo - uma experiência maravilhosa!). Numa busca encontrei um MSX Sharp Hotbit branco inteirinho (e com a tampinha lateral!) na caixa com manual e também aquele manual do BASIC. Quando cheguei em casa e liguei o Hotbit em uma TV LCD quase chorei ao ver novamente a tela do bom e velho MSX BASIC. Em seguida comprei uma SD Mapper 512k no Mercado Livre, um monitor LG1721a e um drive com controladora da Fractal (by Daniel Ravazzi). Não demorou muito para a realização de um sonho antigo: acabei comprando um Panasonic FS-A1WSX 2+ já com 512k de Mapper interna do amigo Daniel Ravazzi e posteriormente uma SD Mapper 512k by Fractal e claro, um outro monitor LG1721a para não ter que ficar usando um único monitor com duas máquinas. E como o A1WSX tem uma saída RGB, nada melhor que usá-la! E posso dizer que o nível é outro. Agora era oficial, eu estava de volta ao mundo do MSX!

Olha a foto ai ao lado do mesmo cara, 30 e tantos anos depois do primeiro MSX! Tá, eu sei... continuo feio!!! rsrsrsrs...

Consegui também alguns livros via Mercado Livre e sebos. Até aproveitei para reviver um projeto antigo meu: a Placa LPTPROG (ou placa Buffer II) publicada na revista Saber Eletrônica (clique aqui para ver esse projeto).

Essa foi a forma que eu encontrei de voltar a programar em Assembly Z80 e "mesclar" o MSX com um circuito eletrônico externo sem colocar o mesmo em risco (num primeiro momento...). Como resultado desse meu "novo retorno" criei alguns pequenos programas em BASIC e ASSEMBLY para o controle de LED's, displays de 7 segmentos, leitura de chaves (sim chaves no plural) e até um LCD de 16x2 tudo via porta LPT do MSX. Quer acompanhar essa "saga"?! Clique aqui!!!


Está sendo muito prazeroso voltar a mexer com a linha MSX, principalmente com máquinas tão diferentes das que tive num passado não tão distante (rsrsrs). Passo ótimos momentos programando e jogando os clássicos na companhia dos meus dois filhos ("Goonies", "Knithmare" e "King Valleys" são os preferidos do meu caçula e "Aleste", "Xevius" e "Zannac" os preferidos do meu filho mais velho).

Para mim ter um MSX é como ter uma "máquina do tempo".

Abaixo algumas imagens dessa "nova aventura"! E vem muito mais por ai!





Alguns link's interessantes:

http://www.msxpro.com - site com muito material interessante sobre MSX

http://www.clubemsx.com.br - excelente revista do amigo Mário Cavalcanti sobre MSX

http://www.msx.sampa.br/fractal/ - lista dos produtos Factal by Daniel Ravazzi

Obs: Na WEB existem muitas outras "hp's" onde o assunto principal é o MSX. Procure no Google!!! Você vai ficar impressionado com o número de pessoas que ainda mantém seus MSX's funcionando!!!








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