Gravador para AT89S8252

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Será que ainda vale a pena estudar a linha 8051?!

Está deve ser pergunta que muitos iniciantes fazem. E a resposta para esta pergunta é sim!

O microcontrolador 8051 é considerado por muitos como um “microcontrolador antigo”. Isso se deve ao fato do mesmo ter surgido na década de 80 (1980), época no qual o mesmo se sagrou como o melhor microcontrolador do mercado. Posteriormente, muitos outros tipos de microcontroladores surgiram, alguns utilizando tecnologias consideradas mais modernas, com mais velocidade, periféricos, etc. Porém muitas empresas como: DALLAS®, PHILIPS®, ATMEL®, ST® e outras continuaram a desenvolver “novas” versões para a linha 8051 agregando a esta, novos e poderosos periféricos, mas mantendo a compatibilidade com o set de instruções da versão original Intel®.

Assim, apesar de antigo, este microcontrolador recebeu (e pelo visto continuará recebendo) muitas atualizações em seus “clones”. Assim, quando se diz que o mesmo é "antigo", não quer dizer que o mesmo seja “antiquado”. O mercado tem dados a cada dia provas de que isso não é verdade.

Esta freqüente atualização do 8051, por empresas muito conceituadas no mercado, permitiu que muitos empresários não fossem obrigados a atualizar totalmente seus produtos baseados no 8051, necessitando trocar de microcontrolador (família) e consequentemente o programa de controle, fornecedores, linha de produção, programadores, etc. Pode-se dizer que hoje, basta-se apenas procurar por um “clone” que possua os periféricos necessários (ou desejados).

Portanto, para aquele que ingressa hoje no mundo dos microcontroladores, estudar a linha 8051 pode ser uma boa pedida, já que o número de industrias que desenvolveram seus produtos com este microcontrolador e continuam a desenvolver ainda é muito grande. E para aquele que já possui conhecimentos em outras linhas, aprender sobre o bom e “velho” 8051 pode ser muito recomendável. Muitas empresas procuram por profissionais com este perfil: conhecimento em duas ou mais famílias de microcontroladores. Assim, estudar é garantir o hoje e o amanhã!

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O circuito

O circuito na figura abaixo mostra o esquema elétrico do gravador. As linhas de comunicação SPI do microcontrolador foram ligadas à porta paralela do PC através de um buffer (CI2). Este permite isolar a porta paralela do CI1, pois quando não selecionadas suas saídas são levadas a tree-state (alta-impedância). 


O conjunto R4, R5, R6 e C1 formam o bloco de reset controlado pelo programa e também pela chave S2.

R2 mantém CI2 desativado. S1 é a chave que ativa a gravação ou permite o programa rodar (após um reset). O LED bicolor indica a posição selecionada para a chave (RUN ou PROG). O cristal X1 e os capacitores C2 e C3 formam o bloco oscilador para o microcontrolador.

Os conectores CN3 a CN8 permitem a conexão dos pinos de I/O do microcontrolador a uma matriz de contatos, por exemplo, transformando o gravador em uma placa de avaliação. Assim, não é necessário gravar o microcontrolador e transferi-lo para a área de testes (matriz, placa padrão, placa de circuito impresso, etc). Tudo pode ser feito através de conexões com fios.


A figura a seguir detalha a parte da fonte do gravador. CI3 é um regulador de tensão para 5VDC já que o microcontrolador em questão não precisa de tensões “extras” para sua gravação.

Para conectar o circuito ao PC você precisará montar o cabo indicado na figura abaixo. São necessários um conector DB09 macho e um conector DB25 macho. Utilizei em meu protótipo um cabo tipo manga com 8 vias e malha de blindagem que foi soldada às carcaças de ambos os conectores. O comprimento deste cabo deve ficar entre 50 cm a 80 cm máximos. Não acho prudente o uso de cabos tipo “flat” ou mesmo muito compridos. Isso pode prejudicar a comunicação entre a placa e o software de controle, causando erros durante a operação do conjunto. Seja cuidadoso ao montar seu cabo.


Programa para uso

O gravador que projetei não tem segredo algum, e utiliza comunicação SPI (MISO, MOSI, SCK e RESET) para gravar o microcontrolador e foi desenvolvido seguindo as dicas passadas pelo fabricante em seus aplication notes.

O programa a ser utilizado para o controle do gravador pode ser o “Blast8252” para máquinas com S.O. (sistema operacional) Windows® ou o AVRDUDE para máquinas com Linux. Ambos os programas estão disponíveis gratuitamente na Internet. O Blast8252 roda em ambiente Windows 98/Me. Eu não o testei em ambiente Windows XP/2000, mas acredito que este deva funcionar, desde que a máquina tenha a porta LPT devidamente liberada por algum programa como o UserPort, por exemplo.


Downloads:

- Esquema elétrico: gravador, fonte, cabo
- Lay-out do circuito impresso completo
- Lay-out do circuito impresso lado da solda (invertido)
- Programa de controle Blast8252 (Windows)
- Link para programa de controle AVRDUDE (Linux)
- Lista de materiais

Obs.: O AVRDUDE também pode ser instalado com o comando "sudo apt-get install avrdude" em distribuições baseadas no Debian.


Este projeto foi publicado, com minha autorização, na Revista Saber Eletrônica nº 387 de Abril de 2005.



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