CONTROLE
PARA PORTÃO AUTOMÁTICO PARA GARAGEM
Monte você mesmo seu próprio circuito para automatizar o portão da sua garagem por Márcio José Soares
A PROPOSTA A proposta deste artigo é orientar você na montagem de um circuito para automatizar o portão da garagem de sua casa, ou ainda garagens de vizinhos, parentes ou amigos. O circuito é simples e utiliza um microcontrolador muito amigável na sua programação, e que já foi apresentado em outros projetos publicados neste site. Todos
os outros componentes utilizados neste circuito são de fácil
obtenção e assim, acredito que mesmo quem reside fora
dos grandes centros não terá maiores dificuldades na obtenção dos
mesmos. As principais características do projeto proposto são:
Como você pode perceber, o projeto trás algumas implementações interessantes que diferenciará seu “portão automático” dos demais instalados pela vizinhança.
OS CIRCUITOS O circuito elétrico do controlador para automação de portões de garagens proposto neste artigo está dividido em duas partes: transmissor e receptor.
TRANSMISSOR – CIRCUITO E FUNCIONAMENTO Na figura abaixo é dado o circuito elétrico do transmissor. Basicamente temos duas partes: codificação (CI1) e transmissão (TXC1). CI1 é um encoder HT12E da HOLTEK. Este CI permite a codificação da informação em até 212 combinações. As linhas A0 a A7 são utilizadas para formar o endereço e as linhas AD8 e AD11 são utilizadas para dados (somando tudo, obtém-se 212 combinações). No circuito, através de ADDRESS é possível ligar as linhas A0 a AD9 ao GND. Se a ligação ficar “aberta” a linha será ligada ao VCC através de resistores de pull-up internos. Ou seja, se o jumper não for fechado, tem-se “1” lógico no pino e se for fechado, “0” lógico. Assim é possível compor o endereço e a os primeiros 2 bits de dados (AD8 e AD9). Circuito
elétrico do transmissor (clique para ampliar)
Já os pinos AD10 e AD11 (2 últimos bits de dados) foram ligados a chave S2. Desta maneira é possível modificar o dado (código final) que será enviado (10xx ou 01xx). Um é utilizado para abertura/fechamento normal do portão e o outro é utilizado com o mesmo propósito, só que acrescido de um pedido de “ajuda” ou “alerta” de que algo não está bem (isso será detalhado mais a frente no artigo). TXC1 é um transmissor RF com modulação AM ASK bastante comum e facilmente encontrado no mercado especializado em componentes eletrônicos. A entrada deste módulo está ligada diretamente a saída de CI1. S1 é a chave responsável por ligar o circuito e efetuar assim, a transmissão do código. Se você observar o circuito, verá que só haverá circulação de corrente no mesmo (e conseqüentemente consumo de energia) se esta chave for pressionada. A alimentação do circuito é de 6VDC e pode ser obtida a partir de 4 pilhas “AA”, ou ainda “AAA”. O uso de duas baterias tipo “moeda” de 3V cada ligadas em série também é possível, o que minimizaria ainda mais o tamanho do transmissor. O diodo D1 proporciona uma queda de tensão de 0,7V, aproximadamente, para o circuito e ainda protege o mesmo contra uma possível inversão das pilhas/baterias.
RECEPTOR – CIRCUITO E FUNCIONAMENTO Na figura abaixo é dado o circuito elétrico do receptor. CI1 é o microcontrolador embedded Arne Basic 2k da Arne Robotics (www.arnerobotics.com.br). É este CI que faz tudo, controlando os relés, além das saídas em coletor aberto (Q3, Q4 e Q6) para lâmpadas e o buzzer e claro, também é o CI responsável pela validação de uma parte do código selecionado. Circuito elétrico do receptor (clique para ampliar)
RXD1 é um receptor RF com modulação AM ASK também bastante comum no mercado especializado. A saída digital deste módulo foi ligada a CI3, que é um decoder HT12D HOLTEK, responsável pela validação e decodificação do sinal recebido. Quando o receptor recebe um sinal, este é automaticamente inserido no decoder e este tentará a decodificação da parte do endereço A0 a A7, de acordo com a chave DIP ADDRESS. Com uma chave em ON, tem-se GND ligado ao pino e conseqüentemente “0” lógico no mesmo. Se aberta, o pino será ligado ao VCC através de um resistor de pull-up interno, e desta forma tem-se “1” lógico no pino. O posicionamento desta chave deve ser feita de maneira que o endereçamento seja o mesmo usado nos jumpers ADDRESS A0 a A7 do transmissor. As linhas AD8 e AD11 do CI3 foram ligadas, respectivamente, aos pinos PB4 a PB7 de CI1. Se o endereço estiver correto, CI3 ativará momentaneamente seu pino VT (Valid Transmission) ativo de “0” para “1” (note o resistor de pull-down R14 usado para evitar qualquer flutuação nesta saída quando não ativa). Este pino está ligado ao pino PD2 de CI1, que através de uma interrupção processa o tratamento do código presente nos pinos PB4 a PB7. Apenas a correta combinação dos bits presentes em A0 a A7 e AD8 a AD11 permitirão a ativação do motor para abertura e ou fechamento do portão. O rele RL1 é usado para ligar e deligar o motor, enquanto RL2 é usado na inversão do motor. Com esta configuração é possível usar alguns tipos de motores, DC's ou AC's. O controle dos mesmos é feito através de transistores. D3 e D4 são diodos utilizados para evitar problemas no chaveamento dos relés. Os LED's 2 e 3 indicam que RL1 e RL2 estão ativos, respectivamente. Os transistores Q3, Q4 e Q6 são utilizados no controle de lâmpadas para alerta de entrada/saída de veículos e na saída para “pedido de ajuda”, respectivamente. A configuração adotada foi “coletor aberto” com alimentação de 12VDC retirada da placa. Note que no circuito original foram utilizados transistores NPN BC337, cuja corrente de coletor não deve ultrapassar 500mA. O transistor Q5 controla um buzzer usado no alerta sonoro para entrada e saída de veículos. A base deste transistor foi ligada a base do transistor Q4. Assim, sempre que a saída LP2 for ativada, a saída do buzzer também será. A saída “LCD” está ligada a saída TX do módulo Arne Basic 2k. Isso permite realizar uma comunicação RS-232 a uma distância de até 25 metros. O uso desta saída é livre e pode ser utilizada com um LCD serial, por exemplo, para mostrar o estado atual do portão: “Aberto”, “Fechado”, “Abrindo”, “Fechando” e “Ajuda solicitada”. Você também poderá conectar esta saída diretamente a um PC, através de sua porta RS-232, se assim preferir e desenvolver um programa em C/C++, Delphi, VB ou mesmo Java para acompanhar a movimentação do portão. CI2 é um regulador de tensão de 5VDC / 1A. O diodo D1 protege o circuito contra uma possível inversão na entrada de alimentação, feita por uma fonte de 12VDC / 1A externa (facilmente encontrada no mercado de componentes eletrônicos). Os capacitores C1 a C4 atuam como filtros para a fonte e, conseqüentemente, o circuito. O diodo D2 aumenta a proteção da fonte. O LED1 permite verificar se o circuito está ou não ligado.
MONTAGEM DO TRANSMISSOR Na figura abaixo é mostrado o lay-out de circuito impresso para o transmissor. Você não terá dificuldades na confecção destaa placa, já que o desenho da mesma requer apenas uma “face” (face simples). Lay-out para circuito impresso do transmissor (clique para ampliar)
Veja em downloads os arquivos para confecção desta placa A montagem de CI1 pode ser feita diretamente na placa. O uso de um soquete é opcional. Tenha cuidado apenas para não inverter o CI, seja qual for o tipo de montagem escolhida. O diodo D1 também requer cuidado ao ser montado. A ligação invertida do mesmo fará com que o circuito simplesmente não funcione. TXC1 também requer cuidados em sua montagem, com relação a sua inversão. O uso de um pequeno soquete (que pode ser feito com a metade de um soquete para CI's de 8 pinos) é opcional. A freqüência do módulo TX pode ser 315MHz ou 433MHz. Lembrando que ela deve ser a mesma utilizada no receptor. Os jumpers necessários (ADDRESS) podem ser montados com barra de pinos e então, pequenos straps (os mesmos utilizados em informática – veja imagem do protótipo) fariam as conexões necessárias ou ainda estes poderiam ser montados através de fios soldados diretamente na placa. A desvantagem da segunda opção é que se você quiser modificar rapidamente o código do endereço (A0 a A7) não poderá fazê-lo sem a ajuda de um ferro de solda. A chave S2 pode ser substituída por uma barra de pinos com três segmentos ou mesmo jumper com fio montado diretamente na placa. Neste caso, você estaria optando por usar apenas um código, deixando de lado um deles (provavelmente o “pedido de ajuda”). Caso faça a opção pelo uso da chave, a mesma pode ser montada diretamente na placa ou ainda de maneira “aérea” (com o uso de fios) para facilitar sua instalação no gabinete ou ainda num ponto fixo do painel do carro (porque não?!). A chave S1 é do tipo push-button normalmente aberto e a mesma pode ser montada na placa ou de forma “aérea”. Tudo dependerá do tipo de “gabinete” desejado. A antena utilizada deve ser feita com um pequeno pedaço de fio rijo fino (26AWG). Para a freqüência de 315Mhz use um fio com 23,8 cm de comprimento, e para 433MHz use 17,3 cm. Os cálculos foram feitos usando a fórmula: Comprimento da antena = 7500 / Freqüência em Mhz [cm] A inserção da placa e pilhas em uma caixa é de suma importância. Você poderá fazer a sua em madeira ou mesmo plástico (neste projeto, caixas metálicas devem ser evitadas). Você também poderá optar pela aquisição de uma caixa pronta. Neste caso, a empresa Patola (www.patola.com.br) possui uma grande variedade de caixas prontas e, algumas delas indicadas para o uso com controles do tipo.
MONTAGEM DO RECEPTOR A figura abaixo mostra o lay-out para a confecção do circuito impresso para o receptor. Este desenho também apresenta uma placa de face simples, com alguns jumpers. Você com mais experiência poderá, a sua escolha, preparar uma placa face dupla onde os jumpers seriam substituídos por mais uma face na placa. Lay-out para circuito impresso do receptor (clique para ampliar)
Veja em downloads os arquivos para confecção desta placa É recomendável a montagem de CI1 em um soquete. CI3 e RXD1 podem ser montados diretamente na placa, ou ainda com o uso de soquetes. A escolha é livre. Porém seja qual for sua escolha, tome cuidado apenas para não inverter os componentes mencionados. Os transistores, diodos, LEDs e capacitores eletrolíticos também devem ser montados com a devida atenção para não invertê-los. O resistor R1 não tem um valor padrão e você poderá ter alguma dificuldade em encontrá-lo em sua região. Neste caso, o uso de uma associação para se chegar ao valor indicado é a melhor saída. No protótipo montado pelo autor, o valor de R1 foi obtido com uma associação série de três resistores: 470kΩ + 270kΩ + 10kΩ ≃ 750kΩ. Você poderá, de acordo com os componentes presentes em sua bancada, chegar ao valor usando outras associações. Porém o valor inserido na lista/esquema elétrico não pode ser alterado de maneira alguma. A chave ADDRESS pode, a escolha de cada um, ser substituída por fios soldados diretamente na placa. Neste caso você estaria configurando o código de endereço (A0 a A7) de forma direta e a sua troca só seria possível na bancada. No protótipo as saídas RL1, RL2, LP1, LP2, BUZZER e HELP foram montadas com o uso de bornes com parafusos. O uso deste tipo de conector facilita muito a instalação final do circuito. Porém, você poderá também soldar os fios diretamente na placa, mas isso deixaria a instalação final do circuito um pouco mais complexa e com um acabamento não muito adequado. Os relés têm bobina para 5VDC e possuem duas chaves cada NA-C-NO (Normalmente Aberto, Comum e Normalmente Fechado), o que facilita e muito o uso de diversos tipos de motores AC ou mesmo DC. S1 e S2 são chaves de final de curso (S1 indica portão “aberto” e S2 portão “fechado”). As mesmas devem ser do tipo utilizadas em alarmes (com alavanca). Não use chaves muito delicadas e nem de baixa qualidade. Estas chaves serão usadas para indicar o “estado” do portão e terão de suportar muitos acionamentos e sofrer com a ação do tempo, pois serão instaladas em ambiente “externo”. Pense nisso ao adquirir estas peças. A conexão das mesmas a placa pode ser feita através de fios com conectores para barras de pinos (o mais recomendável) ou ainda de forma direta com fios soldados na placa (não muito adequado). Como dito anteriormente, a saída extra “LCD” pode ser utilizada com um LCD serial que possua um drive RS-232/TTL. Este LCD poderia ser conectado a placa através de um cabo curto (o mesmo fornecido com o LCD) e neste caso a idéia é mantê-lo junto a caixa do receptor, ou então esta conexão poderia ser feita através de um cabo com até 25 m. Assim você poderá instalar o LCD dentro de casa ou em uma portaria, por exemplo, distante da garagem. O uso desta saída com um PC também é possível, e neste caso você precisará apenas desenvolver um cabo com as seguintes conexões: RECEPTOR PC (Conector DB09 fêmea) pino 1 (TX) ------------------------------------------------------------- (RX) pino 2 pino 3 (GND) ------------------------------------------------------------ (GND) pino 5 CI2 requer um dissipador de calor, já que o circuito permanecerá sempre ligado. A antena deve ser fabricada seguindo as mesmas recomendações passadas na montagem do transmissor. O uso de uma caixa plástica para a proteção do conjunto também é recomendável. Você pode optar pela sua construção em plástico ou madeira, ou ainda pela aquisição de uma pronta junto a uma loja especializada em componentes eletrônicos. Obs.: Verifique a corrente de operação do motor a ser utilizado. Caso a corrente exceda o admitido pelas chaves dos relés utilizados na placa, você terá de adicionar relés “externos” que suportem a corrente exigida pelo motor.
O PROGRAMA O programa foi desenvolvido em uma Linguagem de Programação bastante simples e de fácil compreensão: o BASIC. O programa também foi ricamente comentado para ajudar na sua compreensão e este está disponível para download no site da revista, na seção downloads. Na figura abaixo você pode ver o fluxograma de funcionamento do programa de controle para o microcontrolador Arne Basic 2k usado no receptor. Fluxograma do programa para o Arne Basic 2k (clique para ampliar)
O programa começa configurando o microcontrolador, criando variáveis e declarando as funções. As interrupções do Timer 1 e a externa para PD2 também são configuradas. A situação atual do portão também é verificada. Se nenhuma chave de fim de curso estiver acionada, o controle assume que o portão deve ser fechado. Isso ajuda em uma possível falta de energia na rede elétrica. Se isso acontecer, quando a energia for restabelecida o portão assumirá o estado inicial “fechado”. Em seguida o programa entra em um laço principal que verifica o estado do motor e o sentido atual. Quando o motor for ligado (sempre após uma interrupção externa para confirmação do código), o programa analisa qual o “sentido” pré-estabelecido (abrindo ou fechando) e então verifica a respectiva chave de final de curso para poder desligar o motor. A analise do código é feita via interrupção externa, através do pino PD2. Sempre que o decoder HT12D HOLTEK validar o endereço do código (A0 a A7), ele ativará seu pino VT. Isso provocará uma interrupção em PD2 e o programa desviará seu fluxo de processamento para o label MYISR_int0. Neste ponto do programa o código em AD8 a AD11 é recolhido através dos pinos PB4 a PB7 e comparado através da sub-rotina check_cod() com um dos dois códigos configurados no label Cods. Se o código recebido combinar com um dos códigos configurados, o programa inicia o processo de abertura ou fechamento do portão (de acordo com o último estado) e também envia o aviso de help caso este seja o caso. Após o tratamento desta interrupção o programa retorna para o ponto de onde parou. O Timer 1 foi usado para controlar o piscar das lâmpadas e o buzzer de aviso de entrada/saída de veículos. Desta forma, o programa pode manter a atenção no estado do motor e nas chaves de final de curso, enquanto o aviso está sendo emitido sem qualquer perda de processamento. O uso da saída “LCD” é livre e cada um terá de alterar o programa fornecido caso deseje utilizá-la, de acordo com suas necessidades (e idéias de uso!). O estudo do programa poderá aumentar a compreensão do que foi dito até o presente momento.
TESTE E USO Não é preciso dizer que após o término de qualquer montagem é importante fazer uma verificação de todas as conexões, posições dos componentes (principalmente os polarizados), buscar por possíveis soldas frias ou irregulares e, no caso de você mesmo ter feito sua placa verifique se não existem trilhas faltando, em aberto, em curto com outros pontos da placa ou qualquer outra coisa que pareça “errada”. É preciso alguma paciência ao se “verificar” uma placa/circuito. É melhor perder um pouco de tempo agora, do que ver tudo virar fumaça ao ligar a alimentação do circuito. Todo primeiro teste deve, preferencialmente, ser sempre feito na bancada. Para isso, é preciso selecionar um código no transmissor, através do jumper ADDRESS de 1 a 10 (A0 a A7 e AD8 a AD9). Para este primeiro teste, use o mesmo código usado nos testes do autor - “1010101010”. Mais a frente será detalhado como alterar este código. Assim, os jumpers ficaram conforme a tabela 1. Tabela 1 – Situação dos jumpers ADDRESS no transmissor
Agora configure a chave ADDRESS do seu receptor para que fique conforme a tabela 2 (código usado no protótipo - 10101010). Tabela 2 – Situação da chave ADDRESS no receptor
Conecte um LED (com um resistor limitador de corrente de 1kΩ) em cada um dos pontos de saída LP1, LP2 e HELP da placa receptora. Conecte um buzzer do tipo contínuo a saída BUZZER. Agora ligue duas chaves do tipo push-buttonaos pontos S1 e S2 da placa (para este teste, qualquer chave deste tipo serve, afinal este é apenas um teste na bancada). A figura abaixo mostra estas conexões feitas durantes os testes do protótipo do autor. Conexões para testes de bancada (clique para ampliar)
Grave o programa no microcontrolador (consulte o manual do mesmo para saber como fazer isso). Insira as pilhas de alimentação no transmissor e ligue a fonte de alimentação ao receptor. Neste momento, o receptor irá acusar portão aberto e irá ligar os relés RL1 e RL2. O sinal de aviso de entrada e saída também será emitido. Pressione, momentaneamente, a chave S2 no receptor para acusar “portão fechado”. Neste momento ambos os relés serão desligados e o sinal de aviso deve parar. Pressione S1 no transmissor e observe uma nova situação. Agora apenas RL1 será ligado indicando que o portão está sendo aberto (RL2 controla apenas a inversão do motor). Pressione, momentaneamente, S1 no receptor para indicar o fim de curso do portão aberto. O relé RL1 será imediatamente desligado (motor parado) mas o sinal de aviso não irá parar. Pressione mais uma vez o botão S1 no transmissor. Novamente os relés RL1 e RL2 vão ligar e o sinal continuará sendo emitido. Quando S2 no receptor for pressionado novamente, os relés vão desligar (motor parado) e o aviso também irá parar. Perceba que RL2 atuará quando o portão for fechado e permanecerá desligado quando o portão for aberto. Durante a instalação lembre-se disso para utilizar as chaves deste relé de maneira correta. Dependendo da posição da chave S2 no transmissor, a saída HELP no receptor poderá ser ativada. Ela indica que há um problema qualquer na garagem (alerta contra uma possível invasão, por exemplo), ou ainda que quem chegou de carro precisa de uma ajuda (como levar as compras do mercado para dentro, por exemplo). Esta saída ligará sempre que o portão for aberto e só apagará quando S2 for pressionado (portão fechado). Você pode repetir os passos indicados anteriormente verificando o funcionamento do conjunto usando as duas posições da chave S2 no transmissor. Obs.: Você deve lembrar que o código extra, para pedido de ajuda, deve ser usado com muito cuidado. Em caso de uma invasão ou mesmo assalto a Policia Militar recomenda que as vitimas não reajam de forma alguma, para evitar problemas maiores. Neste caso, o alerta poderá ajudar a quem está no interior da casa perceber uma movimentação suspeita (problema) e chamar imediatamente a polícia que é quem tem condições reais de lidar com situações deste tipo.
TROCA DO CÓDIGO A troca do código será necessária sempre que você encontrar a situação onde o portão parece abrir e/ou fechar sem que o transmissor seja acionado (acionamento fantasma causado por um vizinho que esteja operando com o mesmo código, por exemplo). Para alterar o código de abertura/fechamento do portão é preciso modificar a posição dos jumpers ADDRESS no transmissor e no receptor. Lembrando que no transmissor temos 10 posições para alterar (A0 a A7, AD8 e AD9) e no receptor apenas 8 (A0 a A7). Os bits AD8 e AD9 que aparentemente faltam nas chaves do receptor, estão internos ao programa. Assim, se você alterar os valores de AD8 e AD9 no transmissor terá de alterar os valores inseridos no label Cods no programa, recompilá-lo e regravá-lo no microcontrolador. A tabela 3 poderá ajudar na obtenção dos novos valores, de acordo com nova posição dos jumpers AD8 e AD9 no transmissor. Tabela 3 – Valores em Cods, de acordo com AD8 e AD9 no transmissor
Talvez a tabela 3 possa parecer num momento um tanto complexa, mas se você a observar atentamente verá que ela é bem simples. Os bits AD8 e AD9 estão conectados aos jumpers 9 e 10 da placa transmissora através de ADDRESS e os bits AD10 e AD11 a chave S2. A função desta chave é colocar GND em apenas um deles. Assim, sempre que AD10 contiver o valor lógico “0” (ligada ao GND através de S2), AD11 conterá “1” lógico (ligado ao VCC através do resistor de pull-up interno) e vice-versa. Não há outra situação para estes pontos (impossível ligar ambos ao GND ou VCC, estando S2 presente no circuito). Já para AD8 e AD9 é possível uma variação maior (“00”, “01”, “10” ou “11”). É importante perceber que os códigos apresentados na tabela, não são a quantidade máxima de combinações possíveis. Os bits de endereço de A0 a A7 também influenciam no código final a ser enviado e posteriormente decodificado. Sendo assim, o que temos é uma combinação de A0 a AD11, que permite dizer que o número de combinações é de, aproximadamente, 212.
INSTALAÇÃO FINAL Basicamente, a única instalação elétrica necessária é a do receptor junto ao portão que será automatizado. Obs.: A instalação mecânica de um portão automático não será discutida neste artigo. É melhor deixar isso por conta dos profissionais da área para evitar problemas. É altamente recomendável que o receptor seja instalado em uma caixa plástica (conforme orientado anteriormente), principalmente se este ficar exposto a intempéries (chuva, vento, poeira, calor, etc). Os fios para controle do motor, lâmpadas de aviso, chaves de fim de curso e também da alimentação devem ser inseridos na caixa sempre pela parte debaixo da mesma. Tome muito cuidado para que os fios não fiquem expostos aos “elementos do tempo”. Procure protegê-los com fita ou ainda tubos flexíveis utilizados em instalações elétricas. Os LED's podem ser montados na parte frontal da caixa e o uso de etiquetas plastificadas podem auxiliar na descrição da função dos mesmos, além de garantir um excelente acabamento. As chaves de fim de curso também merecem atenção quanto a isso. No mercado especializado é possível encontrar algumas soluções interessantes de caixas e com certeza uma delas poderá ser utilizada para proteger as chaves. E você também pode, se assim achar melhor, montar suas próprias soluções. A ligação do motor deve obedecer o manual do mesmo. Porém para auxiliá-lo, a figura abaixo mostra dois exemplos. Em “A” tem-se a ligação de um motor AC 110V de três fios ao circuito e em “B” a de um motor DC 24V de dois fios. Estas serão as ligações mais comuns. Exemplo de uso para motor AC e DC (clique para ampliar)
A montagem das lâmpadas de 12V para o aviso de entrada e saída de veículos pode ser feita usando dois sinalizadores como os SC-80R da fabricante Patola. Veja a figura abaixo. Sinalizador SC-80R Patola (clique para ampliar)
O esquema para a conexão de lâmpadas de 12VDC e do buzzer (com oscilador intermo), e de uma lâmpada de 12VDC para pedido de ajuda pode ser feito conforme ilustra a figura abaixo. Esquema elétrico do alerta para entrada e saída de
veículos (clique para ampliar)
Caso você opte por outro tipo de conjunto terá de prepará-lo por conta própria, respeitando os limites dos transistores utilizados nas saídas ou ainda alterando tais saídas para obter os resultados desejados.
CONCLUSÃO Com o uso de alguns componentes específicos, mas que são facilmente encontrados no mercado especializado, é possível montar um circuito que poderá ajudar você a preparar seu próprio controle para portões automáticos e com isso aprender mais a respeito fazendo até uma pequena economia. E esta montagem pode ainda permitir que você ganhe alguns “reais” com a instalação de novas unidades para “terceiros”. Boa montagem e até a próxima!
DOWNLOADS: - Desenho da placa de circuito impresso do transmissor não invertido (método térmico) - Desenho da placa de circuito impresso do receptor invertido (método manual) - Desenho da placa de circuito impresso do receptor não invertido (método térmico) - Lista de materiais - Código fonte para AB2k - (nova versão 06/2012) Este projeto foi publicado, com minha autorização, na revista Eletrônica Total nº145 de Novembro de 2010.
|
Copyright deste conteúdo reservado para Márcio José Soares e protegido pela Lei de Direitos Autorais LEI N° 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998. É estritamente proibida a reprodução total ou parcial do conteúdo desta página em outros pontos da internet, livros ou outros tipos de publicações comerciais ou não, sem a prévia autorização por escrito do autor. |